sexta-feira, 30 de novembro de 2012


Folhas sagradas do Axé

folha tem uma importância vital para o povo do santo, sem ela é impossível realizar qualquer ritual, dai existe um termo muito ultilizado pelo povo do santo que diz: ko si ewe, ko si Orixa ou seja, (sem folha não existe Orixá).
No Candomblé todas as folhas possuem poder, mas algumas têm finalidades específicas e nem todas servem para ingestão. O seu uso deve ser estritamente recomendado pelo líder religioso ou em comum acordo com o Babalosaim (sacerdote conhecedor da ação, reação e consequência do poder das folhas), pois só estes sabem a polaridade energética, "positiva ou negativa" de cada uma delas e a necessidade de cada indivíduo.
Postaremos semanalmente ervas medicinais regulamentadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que ajudam a combater doenças de maneira natural.


Assa-Peixe

 Assa-peixe: Planta da família das Asteraceae. Também conhecida como assa-peixe-branco, cambará branco, cambará-guaçú, cambará-guassú, chamarrita, estanca-sangue, tramanhém, mata pasto, cambará-guassu, cambará-do-branco, erva-preá e enxuga.
Parte utilizada: folha, raiz.

Habitat : É uma planta silvestre, comum nos cerrados de São Paulo, Mato Grosso, Minas gerais e Goiás; sendo o seu uso medicinal nessas regiões comprovado por vários estudos. Multiplica-se com facilidade em terrenos de pastagem e solos pouco férteis, nas beiras de estradas, nos lugares abertos, sendo, por isso, considerada como planta daninha nas culturas perenes.

Princípios Ativos: alcalóides, glicosídeos, flavonóides (genkwanina e velutina), óleo essencial e sais minerais.

Indicações: afecção da pele, afecções do útero, asma, bronquite, cálculos renais, contusões, diabete, diurética, dor muscular, gripe pulmonar, hemorróidas, litíase, pneumonia, pontadas nas costas e no peito, resfriado, reumatismo, rins, tosse rebelde. Porém nenhuma planta deve ser consumida em excesso. (Não deve ser utilizada durante gravidez e lactação).

ALERTAS sobre o Uso de Plantas e Ervas Medicinais:

1 - As plantas e ervas medicinais, mesmo sendo medicamentos naturais, podem intoxicar, cegar, provocar coma e até matar! 

2 - Todas as plantas têm mais de um princípio ativo. Algum dos princípios ativos pode ser contra indicado para o usuário. 

3 - As informações deste blog têm apenas fins educacional, de pesquisa e de informação. Elas não devem ser usadas para diagnosticar, tratar, curar, ou prevenir qualquer doença muito menos substituir cuidados médicos adequados. 

4 - Consulte sempre um especialista! 

5 - Tome cuidado especial ao manusear ervas e as mantenha longe das crianças.





quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O CANDOMBLÉ NA BAHIA





O historiador e etnólogo Edson Carneiro afirmou que em meados da década de 1950 havia cerca de cem terreiros de Candomblé na Bahia, de variadas nações, que segundo sua pesquisa de campo, que coletou dados em 67 terreiros, se auto-declararam 13 sub-nações: Angola, Caboclo, Ketu, Jeje, Ijexá, Muçurumin, Ilu-Ijexá, Alaqueto, Africano, Daomé, Ioruba, Moxe-Congo, Angola-Congo, Congo-Caboclo e Angolinha, que pertenciam às nações de Candomblés dos sudaneses, bantos, ameríndios e afro indígenas. Em 2006 o Centro de Estudos Afro Orientais da UFBA executou o Projeto de Regularização Fundiária dos Terreiros de Candomblé de Salvador e identificou 1.408 terreiros, sendo que destes 677 foram criados nas duas últimas décadas. A partir de uma análise histórica pudemos concluir o porquê de uma tradição cultural tão forte e importante quanto o Candomblé, perdeu a notoriedade e sua aceitação como manifestação cultural legítima da sociedade soteropolitana e, consequentemente, a disseminação de informações sobre seus costumes, tradições, cultos, santos e hierarquia.

O Candomblé é uma religião monoteísta, embora alguns defendam que é um culto a vários deuses. O deus único da nação Ketu é Olorum, ou Olodumaré, aos iorubanos, ou Zambi, aos bantoneses, e a maioria dos participantes o considera como sendo o mesmo Deus dos católicos. A auto-afirmação do Candomblé como religião e não como seita, sustenta-se no conceito das duas palavras. Religião deriva do termo latino “re-ligare” que significa estar unido a alguma coisa. Essa definição engloba necessariamente qualquer forma de aspecto místico e religioso, abrangendo seitas, mitologias e quaisquer outras doutrinas ou formas de pensamento que tenham como característica fundamental um conteúdo metafísico, ou seja, de além do mundo físico. Sendo assim, o hábito, geralmente por parte de grupos religiosos de tacharem tal ou qual grupo religioso rival de seita, não tem apoio na definição do termo, posto que a palavra seita, deriva do latim "secta", que nada mais é do que um segmento minoritário que se diferencia das crenças majoritárias, oficias, assim denominadas, como religião.

Candomblé, é uma religião afrobrasileira, trazida da África e que cultua deuses denominados Orixás (divindades relacionadas a natureza e ao homem). Candomblé, Macumba, Xangô, Batuque, Pará, Babaçuê ou Tambor, são designações das diversas regiões do país para o Candomblé que foi ganhando particularidades, desde nomes dos cultos às nominações dos Santos/Orixás cultuados.

À meia-noite, numa cerimônia de macumba carioca ou paulista, todos os crentes são possuídos por Exu, uma prática que constitui um verdadeiro absurdo para os fregueses dos candomblés a Bahia. O toque dos  atabaques de qualquer região do país ficará surpreendido e atrapalhado ao encontrar esse instrumento montado sobre um cavalete horizontalmente, com um couro de cada lado no Maranhão. Que o pessoal das macumbas do Rio de Janeiro se apresente uniformizado, e não com vestimentas características de cada divindade, não pode ser entendido por quem frequente os candomblés da Bahia, os Xangôs do Recife ou os batuques de Porto Alegre. E vendo dançar o babaçue do Pará com lenços (espadas) e cigarros de Tauari, os crentes de outros Estados certamente franzirão o sobrolho. Se tais coisas normalmente acontecem, não será porque esses cultos são diversos entre si? (Carneiro, E. 2008, p. 13)

A significativa expansão do número de terreiros na área do município de Salvador ao longo das décadas de 1980 e 1990 leva a conclusão de que há uma conseqüente afirmação da afro-religiosidade neste período.


CARNEIRO, Edson. Candomblés da Bahia. São Paulo: wmfmartinsfontes, 2008.



terça-feira, 27 de novembro de 2012

EXÚ








DIA: Segunda-feira.
CORES: Preto (ou seja, a fusão das cores primárias) e vermelho.
SÍMBOLOS: Ogó de forma fálica, falo erecto.
ELEMENTOS: Terra e fogo.
DOMÍNIOS: Sexo, magia, união, poder e transformação.
SAUDAÇÃO: Laroié!



A palavra “Exu” significa, em iorubá, “esfera”, aquilo que é infinito, que não tem começo nem fim. Exu é a célula materna da geração da vida, o que gera o infinito, infinita vezes. É considerado o primeiro, o primogênito; responsável e grande mestre dos caminhos; o que permite a passagem, o início de tudo. Exu é a força natural viva que fomenta o crescimento. É o primeiro passo em tudo. É o gerador do que existe, do que existiu e do que ainda vai existir. Exu está presente mais do que tudo e todos na concepção global da existência. É a capacidade dinâmica de tudo que tem vida. Principalmente dos seres humanos que carregam, em seu plexo, o elemento dinâmico denominado Exu. É aquilo que no Candomblé chamamos de Bára, ou seja, “no corpo”, preso a ele. É o que nos dá capacidade de agir, andar, refletir, idealizar. Sem o elemento Bára, a vida sadia é impossível. Sem ele, o homem seria excepcional, retardado, impossível de coordenar e determinar suas próprias atitudes e caminhos de vida.



Arquétipos


Os filhos de Exu são alegres, sorridentes, estão sempre de bem com a vida, são ambiciosos, extrovertidos, espertos, inteligentes, atentos. Sabem como ninguém ser sociáveis e diplomáticos, pois conhecem o valor de uma boa amizade, fazem questão de manter o maior número possível de amigos.

O Blog



A criação deste Blog é um elo entre a informação, a notícia, e o entretenimento para os fieis e não fieis do Candomblé. Esperamos que esse veículo ajude a conscientizar as pessoas que o Candomblé é uma religião séria, que merece respeito como todas as outras, pois, mesmo após décadas de luta do povo-de-santo contra a intolerância religiosa, ainda no século XXI mantém-se o preconceito quanto à assunção do Candomblé como religião.

Na década de 1950 havia cerca de 100 terreiros de Candomblé em Salvador. Após 59 anos esse número cresceu 14 vezes e a herança afro-religiosa firma-se como de extrema importância na capital da Bahia. Atualmente o candomblé está representado nas músicas, nas roupas, nas festas populares e restritas. As manifestações dos Candomblés da Bahia ganham notoriedade mundial em períodos sazonais como Lavagem do Bonfim, Festa de Iemanjá e Carnaval, quando os blocos de Afoxés desfilam nas avenidas e mostram sua beleza. Como os Filhos de Gandhy, que reúnem mais de 10 mil foliões vestidos de branco acompanhados de músicas do Ijexá.